domingo, 29 de setembro de 2013

Acesso à cultura ainda restrito a poucos



  O projeto de lei conhecido como meia-entrada, que destina uma porcentagem de ingressos de eventos culturais e esportivos pela metade do preço aos estudantes, deficientes físicos e pessoas de baixa renda, tem sido alvo de posições divergentes. Se por um lado, o barateamento das atações culturais tronaria o acesso à cultura mais democrático entre aqueles que não gozam de boas condições financeiras. Por outro, a redução desvalorizaria os artistas que investem em seus espetáculos.

   Espetáculos teatrais, sessões de cinema e até mesmo partidas esportivas constituem experiências culturais enriquecedoras. No entanto, o acesso a essas experiências ainda é bastante desigual. Em meio a uma sociedade na qual adquirir conhecimentos é cada vez mais importante, jovens focados em suas atividades remuneradas precisam de cada vez mais cultura para o seu enriquecimento profissional, contudo os altos preços dos meios culturais tronam-se um obstáculo que impede o contato desses jovens com a nossa cultura. Logo, o ingresso a nossa história trona-se restito à aqueles que tem dinheiro, portanto a política dos preços altos favorece a criação de uma cultura mercadoria, restita à poucos.
   Em contrapartida, muitos artistas investem tempo e dinheiro em seus shows, portanto a redução implicaria em uma menor receita por apresentação, gerando prejuízos ao contratador e ao contratado. Sem contar que os baixos preços desvalorizariam os espetáculos, tronando assim o público menos seleto, de forma que uma pessoa acostumada à ritmos musicais desvalorizados pela sociedade, sem o menor conhecimento das canções ou mesmo trajetória de Amado Batista, por exemplo, estaria no show dele não pelo cantor em si, mas sim pelo preço.

   A proposta de lei que destina ingressos dos bens culturais pela metade do preço aos que não podem pagar valores exorbitantes, é sem dúvidas uma das formas de permitir um maior acesso a cultura . No entanto, os artistas e empresários do ramo não deveriam arcar sozinhos com o prejuízo. O governo federal em parceria com o governo estadual deveria criar um fundo nacional de incetivo à cultura, destinado recursos públicos à cada estado para que fossem investidos com o intuito de permitir maior acesso do povo aos espetáculos. Além disso, o governo para compensar os prejuízos que os artistas e empresários venham sofrer poderia dá incetivos fiscais diminuindo os impostos dos espetáculos.

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