Desde que o Brasil foi escolhido palco para a Copa do Mundo muito tem se discutido a respeito do legado desse evento para o país. Porém, a Copa acabou se transformando em um negócio lucrativo apenas para as construtoras por trás da modernização dos estádios, muitos desses envolvidos em denúncias de superfaturamento. As últimas manifestações deixaram evidente a desaprovação dos gastos com as obras. Assim, questiona-se os benefícios de tal evento para a população.
As construtoras e demais empresas responsáveis pela construção dos novos estádios, além da modernização dos já existentes, são umas das principais beneficiadas com o ganho de licitações questionáveis, suscetíveis a formação de cartel. Há mais de 1 milhão de pessoas, segundo a FIFA, a espera do tão sonhado ´´passaporte para a alegria`` dispostas a pagar preços exorbitantes para ver suas seleções, mas o povo brasileiro terá que se contentar em assistir ao espetáculo pela TV, já que esses não terão como pagar os valores abusivos dos ingressos.
A insurreição popular, que arrebatou o país no ano passado, questionou os custos excessivos do evento. Logo, denúncias de superfaturamento como no caso do estádio Mané Garrincha, que custou o dobro do que era previsto, ganharam repercussão em uma sociedade de miseráveis que carece do pão. Questiona-se se áreas como educação, além da saúde, que são encaradas pelo Governo como despesas, não deveriam receber recursos tão expressivos assim como os destinados a realização da Copa.
Enfim, será um ´´show`` memorável pelo menos para os turistas, se eles não forem assaltados ou alvejados em tiroteios. A Copa não deve ser tronar sinônima de lucro para poucos, mas sim para o povo. Portanto, não se deve destinar recursos que podem ser usados na saúde para modernizar palcos de partidas. Quanto as denúncias de superfaturamento, uma comissão popular deveria se criada para fiscalizar as inevitáveis irregularidades. Primeiro devemos garantir qualidade de vida aos nossos, para depois proporcionar o espetáculo aos outros. O pão vem primeiro já o circo vem depois.
Alex Silva
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